Eu sempre me fiz de forte, sempre demonstrei ser alguém diferente. Mas hoje é tarde demais para insistir na mesma mentira, dizer que ninguém nunca me fez chorar por amor, mentir sobre aquilo que vive dentro de mim, uma coisa que ainda não acabou, aquilo que todo mundo sente, mas que para mim parece tão complexo e tão novo. Eu queria poder tocar ao menos uma vez as mãos daquele que faz meu coração bater tão forte, mas são quilômetros que me separam da realidade que eu queria tocar.
A todo lugar que eu vou, eu sempre me lembro de uma partícula do menino que tocou meu coração, o único que mudou alguma coisa dentro de mim. E estou sempre sonhando acordada com o menino da minha imaginação. Aquele que existe e que eu criei. E não há duvidas, sempre que estou fora de mim, minha cabeça vaga intensamente nos sentimentos que foram criados em mim. Eu não tenho prazer em viver quando não posso ao menos trocar uma misera palavra com ele, é algo tão forte, tão incomum. E podem me dizer que todos dizem que nunca sentirão algo como o que sentiram por aquele alguém, mas eu digo isso com toda a força.
Eu nunca me senti tão vulnerável à vida, nunca fui tão frágil com um assunto, nunca senti tanta falta, e não foi uma misera besteira de amor que me disse que mudou algo, não foi uma música ou uma frase. Foi o conhecimento que tive daquele bem, foi um conjunto de uma personalidade. De uma brincadeira nasceu uma verdade que me dói. Um menino que vive lá fora, que está feliz com a sua vida (eu espero), eu estou perto de sangrar e ninguém consegue entender. Vão todos me julgar, por algo que parecem não conhecer. Me assistirão cair devagar e só irão nomear, nada mais, nada mais.
Só uma pequena mudança e tudo estaria como deveria ser, não seria perfeito, seria como deveria ser. E talvez seja como deva ser, eu aqui e ele lá. Longe demais para um toque se contrapondo, longe demais para que eu pudesse me entregar, longe demais, longe demais. E nem sei se isso vai mudar. Eu vou prosseguir caminhando com a minha fantasia cobrindo a verdade, a verdade que me envergonha, tão fraca por alguém.
“É como se todas as coisas à minha volta brincassem com o que dói em mim, como se já não bastasse a dor da história, o mundo joga com o que eu ainda consigo fazer.”
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