Coração Incomum

janeiro 09, 2009

     Andei pensando, em meio a tantas confusões, o que meu coração tem de tão duro. É uma coisa tão imparcial, tão incomum. Diga-me, em torno dos teus tantos anos de vida, conheceu alguém que não houvesse amado? Pois eis me aqui, permita-me que eu explique, por favor:      Durante minha caminhada na vida, nunca amei ninguém com o coração. E não falo dos amores de família, amigos ou coisas assim, me refiro àquele amor que a todo tempo o ser humano o "bipolariza" dizendo que troca de fases, por um momento é euforia e no outro depressão. Enfim, é deste amor que falo. Do amor de se entregar, de querer amar mais de ricamente querer mais. O único amor que tive paira sobre meus solitários dias, hoje, no meu presente e em um curto período do meu passado. (em meio à tantos anos, um apenas é curto, comparado, não?) Mas foi apenas esse, o meu único e novo amor. Pretendo carregá-lo pelo futuro, mas à este almejo quem decidirás? Pois bem. Eu queria entranhar na complexidade dos meus sentimentos, queria ter capacidade de compreender essa inflexibilidade do meu coração.
     Já tentei propor jogos de entretenimento, fazem apenas dois anos que não minto sobre paixão. Eu costumava brincar com paixões platônicas, que hoje chamo de admiração. E isto não foi uma rima planejada, não mesmo. Retornando ao contexto, eu fazia jogos dentro da minha mente, apenas usava a imagem do ser humano à vista em meus sonhos fantasiados, durante o banho, durante uma troca de roupa, antes de deitar, após acordar. Eu e meus típicos devaneios. Alguém por acaso sente o mesmo que eu? Ou sentiu, já que hoje estou "preenchida". Alguém sentiu um vazio que mesmo sendo um nada ocupava grande espaço e determinava a ti que precisava cada vez mais que aumentasse teu coração? Pois é assim que interpreto, passei longos anos deixando esse vazio alargar por dentro do meu peito, sonhando com imagináveis personagens que alguém desejou. E então, hoje, apaixonada e amando um ser que não posso tocar, apenas ouvir, o espaço é grande demais, o amor é grande demais.
     Adoraria saber a receita dos humanos comuns, amolecer o coração, berrar três dois um e "cair no amor" como diz a expressão americana. Na verdade, eu só gostaria de saber para conseguir pontualizar, comparar. Não quero comprar essa facilidade, eu e minha solidão estamos muito bem. Quase solidão. Eu só queria saber, amar, sofrer, amar, sofrer, amar, sofrer... Essa rotina que aos meus olhos parece ríspida, é afinal de contas, boa ou ruim? Acho que enfim bipolares são vocês, não o amor. Com o amor, sem o amor, com o amor, sem o amor. Ou a capacidade de controlar um sentimento dentro do coração, sem deixar vazar ou escapar. Esvaziar, interessante.
     Enfim, eu não amei a todo tempo e não sou especialista para falar algo do tipo, afinal de contas, experiência é algo que não tive, só hoje (parei de repetir, vocês amantes devem imaginar como é, lembrar). Mas eu gostaria que observassem atentamente o que diz a seguinte fase:
     “O que nos enfraquece, o que machuca, não é o amor. É a falta dele”

     Pois é, acho que podem em chamar de fria e calculista, mas eu tenho sentimentos. Monitorados pelo pouco da razão. Enfim, uma parte de música para me dispersar e que lembra muito a faze pela qual passo hoje:
"I feel a weakness coming on, never felt so good to be so wrong. Had my heart all locked down, and then you turned me around. I'm feeling like a new born child. Every time I get a chance to see you smile. It's not complicated, I was so jaded." (Hero/Heroine - Boys like girls).           

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