Devem ser seis da manhã, eu estou acordada em um a toa. Pressionada em uma trilha de sentimentos, por um trem de pensamentos. Qualquer coisa poderia me distrair, qualquer coisa mesmo, um toque básico nos cabelos, um pássaro batendo as asas sobre a janela, um esbarro entre os moveis ou um simples rasgo contra o vento. Talvez eu devesse tentar escapar, antes que mais uma das horas perdidas com filosofias saia por dentre meus dentes.
Perdi o jogo, então é isso. Pensar, vou apenas pensar e levar ao papel cada rabisco mal formulado, que depois será reorganizado e editado. Interessante, não? Eu só preciso pensar, a insônia não me deixará dormir. Antes perder tempo imaginando do que perder tempo fazendo algo sem fundamento, que não será registrado por ninguém.
Que droga eu faço antes de dormir, depois de dormir, e quando eu não tenho nada para fazer? Será que todos que escrevem são assim? Sonham antes de dormir, depois de acordar e durante horas vagas do trabalho mutuo que é ser adolescente nas férias. Chega até a ser irônico. Eu poderia tragar um cigarro, sentada sobre a mesinha da sala, olhando para o horizonte, e pensar no bando de merdas que eu já fiz por ai. Isso, se eu tivesse feito.
Eu andei pensando, eu vivo ou não? Eu sou uma escritora frustrada, que se esconde através de simulações de vidas e não pretende ganhar fama com isso? Talvez eu não passe de uma adolescente frustrada com a própria história de vida. Apesar de, apesar de. Intimidades não serão comentadas, apesar de... Talvez. Eu não quero beber, fumar ou sair com qualquer garoto bonito que aparecer pela minha frente. Mas será que ser um jovem idoso, meio parado, que pensa demais, ouve música, canta, cria música, escreve, não come carne vermelha, filosofa demais e não é viciado em mais nada, a não ser por uma intimidade quente, será que vive? Eu sinceramente acho que talvez. Talvez empurrando para muitos lados.
Não sei bem sobre o que é isso, só o que eu sei é que talvez eu perca tempo demais pensando, sonhando, viajando dentro de mim mesma e questionando. E isso não vai ser opinião contraditória, é algo de mim que nem eu, nem os outros pretendemos mudar. Eu só sinto falta de algo, eu não sei de onde tiro tantas histórias e fatos, se em maioria nenhum foi vivo por mim. Pense comigo, por favor. Nós criamos, sonhamos e inventamos demais? Espero que eu não seja louca.
Linhas transpassadas e uma quase filosofia.
janeiro 06, 2009
Postado por Tamyris Kortschinski. às 18:24
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